Que pode uma criatura senão,
entre as criaturas,amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar sempre,
e até de olhos vidrados, amar?
(...)
Este o nosso destino amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor.Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
(Carlos Drummond de Andrade)
sexta-feira, 30 de julho de 2010
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